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2025

VWCE vs IWDA: Qual deves escolher?

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O investimento em ETFs continua a ser uma escolha cada vez mais popular entre os investidores graças à simplicidade, diversificação e baixos custos. Entre as opções mais procuradas no mercado global, dois nomes destacam-se: o VWCE (Vanguard FTSE All-World UCITS ETF) e o IWDA (iShares Core MSCI World UCITS ETF). 

Ambos oferecem exposição a ações globais, mas diferem em estratégias, abrangência e características que podem impactar os teus objetivos financeiros.

Neste artigo, vamos explorar as principais diferenças entre esses dois ETFs, os seus custos, alocações e características principais, ajudando-te a determinar qual deles é a melhor escolha para a tua estratégia de investimento a longo prazo.

Visão geral

Características VWCE IWDA
Gestora Vanguard BlackRock
Índice replicado FTSE All-World MSCI World
Ativos sob gestão + 15 mil milhões € + 85 mil milhões €
Data criação Julho 2019 Setembro 2009
Replicação Física Física
TER (custo anual) 0,22% 0,20%
Cobertura cambial Não Não

O que são o VWCE e IWDA?

O IWDA, cujo nome completo é iShares MSCI World UCITS ETF, é um ETF que replica o índice MSCI World, ou seja, investe em ações de empresas de média e grande capitalização em 23 países desenvolvidos, incluindo os EUA, Europa e Japão. É amplamente usado pelos investidores para diversificação global em ações com baixos custos de gestão.

O VWCE, cujo nome completo é Vanguard FTSE All-World UCITS ETF, é um ETF que replica o índice FTSE All-World, onde o foco é em ações de empresas de média e grande capitalização em países desenvolvidos e desenvolvimento, como a Tailândia, México e Brasil, oferecendo exposição global mais ampla em comparação ao IWDA. 

Distribuição Geográfica

Para o VWCE, a alocação geográfica é liderada pelos Estados Unidos, que representa ~65% do portefólio. O Japão surge como o segundo maior país, com ~6,0%. Outras regiões de destaque incluem o Reino Unido, a China e a Canadá.

Abaixo encontra-se a repartição geográfica do VWCE para os 10 principais países (segundo a factsheet):

VWCE - 31/12/2024

Para o IWDA, a distribuição geográfica mostra-nos que ~74% do portefólio está alocado nos Estados Unidos, com o Japão como o segundo maior país, representando ~5%. Outras alocações de destaque incluem o Reino Unido e o Canadá.

Abaixo encontra-se a repartição geográfica do IWDA para os 10 principais países (segundo a factsheet):

IWDA - 31/12/2024

Distribuição setorial

Tanto o VWCE como o IWDA são amplamente diversificados por setores semelhantes, com o setor das Tecnologias de Informação a liderar em ambos os ETFs. Outros setores importantes, como Financeiro, Consumo Discricionário e Indústria, apresentam pesos comparáveis entre os dois fundos.

Abaixo encontra-se a repartição das alocações setoriais para o VWCE e o IWDA:

VWCE - 31/12/2024

IWDA - 31/12/2024

Estrutura dos portefólios

O VWCE oferece uma exposição mais ampla, com cerca de 3.700 ações, abrangendo tanto mercados desenvolvidos como emergentes. Por outro lado, o IWDA detém cerca de 1.400 ações, concentrando-se exclusivamente em mercados desenvolvidos.

Rentabilidade

A evolução da rentabilidade desde Julho de 2019 (data de criação do VWCE) é a seguinte:

Como podes verificar, a performance do VWCE vs o IWDA foi similar, com uma pequena vantagem para o IWDA neste período.

Se verificarmos a performance simulada dos dois ativos desde 2004, a vantagem manteve-se para o IWDA, mas, mais uma vez, foi quase um "empate". A grande correlação entre o IWDA e o VWCE explica-se pelo overlap que existe entre os dois no que toca às empresas que contêm e até ao peso de cada empresa no índice.

Total Expense Ratio (TER)

O TER (Total Expense Ratio) é um indicador que reflete o total das despesas associadas a um fundo, incluindo taxas de gestão, administração e outros custos operacionais. É expresso em percentagem anual e mostra quanto o investidor paga, em média, pelo fundo. Quanto mais baixo o TER, menor é o custo do fundo, o que beneficia o investidor.

No caso do IWDA, o TER é de 0,20% ao ano, enquanto no caso do VWCE, é de 0,22% ao ano. Esta diferença deve-se à natureza e complexidade das suas estruturas e investimentos.

Universo de investimento

IWDA: Investe exclusivamente em mercados desenvolvidos, onde os custos de transação e administração são mais baixos devido a uma maior eficiência dos mercados financeiros e economias de escala.

VWCE: Incluí mercados desenvolvidos e mercados emergentes, que geralmente apresentam custos mais elevados devido à menor liquidez, regulamentações locais e desafios operacionais.

Diversidade cambial

O IWDA está exposto a um número limitado de moedas (principalmente USD, EUR, JPY), o que reduz os custos associados a operações cambiais.

O VWCE trabalha com um número muito maior de moedas, incluindo moedas de países emergentes, que podem ter taxas de transação mais altas e maior volatilidade cambial.

Fatores de risco

Embora as estratégias do VWCE e do IWDA ofereçam uma forma diversificada de investir, é importante compreender os riscos associados.

1. Risco de mercado e exposição global

Tanto o VWCE como o IWDA investem exclusivamente em ações, o que significa que estão mais sujeitos à volatilidade do mercado. Se os mercados acionistas globais caírem, o teu investimento também sofrerá perdas. Para mitigar este risco, podes considerar diversificar para outras classes de ativos, como obrigações. Neste artigo, apresentamos outras ideias de investimento.

2. Risco cambial

Apesar do VWCE e do IWDA serem cotados em EUR nas bolsas europeias, os seus ativos subjacentes estão, na maioria, denominados em USD. Como resultado, as flutuações na taxa de câmbio USD/EUR podem afetar os teus retornos. Uma desvalorização do dólar pode reduzir os teus ganhos ao converter para EUR, mesmo que cada um dos ETF tenha um bom desempenho.

3. Inflexibilidade na alocação de ativos

Com o VWCE e o IWDA estás “vinculado” aos respetivos índices que replicam. Se preferires ter maior controlo sobre regiões ou setores específicos, estes ETFs podem limitar a tua flexibilidade na gestão do portefólio.

Corretoras para investir no VWCE e IWDA

Para te ajudar a tomar uma decisão informada, avaliámos e destacámos as principais corretoras de ETFs disponíveis em Portugal:

Corretoras Comissões ETFs Número de ETFs
XTB 0% de comissões de execução até 100.000 EUR de volume de negócios mensal (0,20% acima de 100.000€) +100
Trading 212 0% de comissões de execução +200
Interactive Brokers 0.05% do valor da ordem (mín. de 1.25€ e máx. de 29€) +13.000
DEGIRO A partir de 1€ +200
Trade Republic 1€ +2.000

À data de 27 de Janeiro de 2025

Para além das comissões de transação, também podes ter outras como a comissão de custódia. A DEGIRO é a única que apresenta uma taxa de conectividade de 2.50€ por ano, por bolsa.

Se quiseres descobrir mais detalhes, explora a nossa comparação de corretoras.

Qual devo escolher?

Escolher entre o VWCE e o IWDA depende das tuas prioridades, objetivos financeiros e tolerância ao risco. Ambos os ETFs oferecem uma forma eficiente e diversificada de investir em ações globais, mas têm características distintas que podem influenciar a tua decisão.

Se procuras um ETF com maior simplicidade e foco nos mercados desenvolvidos, o IWDA pode ser a escolha ideal, graças ao seu menor custo (TER) e menor exposição ao risco cambial e de mercados emergentes. Por outro lado, se queres uma diversificação mais abrangente, incluindo mercados emergentes, o VWCE destaca-se como uma opção mais completa, mesmo que tenha custos ligeiramente superiores.

Independentemente da tua escolha, ambos os ETFs são ferramentas excelentes para um investimento passivo e de longo prazo. Antes de investires, considera fatores como a tua estratégia de alocação de ativos, o horizonte temporal e os custos associados às corretoras.

Autor
O Franklin é licenciado em Economia e mestre em Finanças. Concluiu o nível II do CFA e conta com cerca de três anos de experiência em gestão de patrimónios, como analista de carteiras e fundos de investimento na Golden Wealth Management. Criou o canal de YouTube "Edge Over Hedge" sobre literacia financeira. É o nosso Warren Buffett português – embora mais jovem.